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terça-feira, 17 de maio de 2011

Nos comparando com a lagosta

 


A Carapaça da Lagosta
      A lagosta vive tranquilamente no fundo do mar, protegida pela sua carapaça dura e resistente. Mas, dentro da carapaça, a lagosta continua a crescer. Ao final de um ano, sua casa fica pequena e ela tem de enfrentar um grande dilema: ou permanece dentro da carapaça e morre sufocada ou arrisca sair de lá, abandonando-a, até que seu organismo crie uma nova carapaça de proteção, de tamanho maior, que lhe servirá de couraça por mais um ano.
      Vagando no mar, sem a carapaça, a lagosta fica vulnerável aos muitos predadores que se alimentam dela. Mesmo assim, ela sempre prefere sair. Dentro da carapaça, que se transformou em prisão, ela não tem nenhuma chance. Fora, sim.
      Também nós, muitas vezes, ao longo da vida, ficamos prisioneiros de várias carapaças: os hábitos repetitivos, os condicionamentos alienantes, as situações às quais nos acomodamos. Uma grande quantidade de situações que, exauridas e desgastadas, nada mais tem para nos oferecer. E acabamos, por falta de coragem de mudar, nos acostumando ao tédio de uma vida monótona que, fatalmente, como a velha carapaça da lagosta, acabará por nos sufocar.
      Façamos como a lagosta: troquemos a velha e apertada carapaça por uma nova, Mesmo sabendo que, por algum tempo, estaremos desprotegidos ao enfrentar uma nova situação. Largar o velho e abraçar o novo é, muitas vezes, a única possibilidade de sobreviver por mais um ano. Até que cresçamos ainda mais e, novamente, tenhamos de mudar de carapaça.
(Luis Pellegrini - Revista Planeta - edição dezembro 2010)

terça-feira, 10 de maio de 2011

Ansiedade

Ansiedade tornou-se uma palavra comum em nosso vocabulário. As chances são grandes de nós mesmos ou alguém que conhecemos ter algum histórico de ansiedade. A ansiedade é algo inerente ao ser humano, ela acontece quando nos deparamos com algum perigo real ou imaginário e vem acompanhada de sensações corporais como: taquicardia, tontura, sudorese fria, formigamentos, sensação de vazio no estômago, medo intenso e outros. Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente hoje em dia, com a vida atribulada.
Ansiedade e transtorno de ansiedade são coisas diferentes. Ansiedade é um estado de alerta que desenvolvemos para lidar com situações novas e estressantes. Se for uma situação perigosa, a ansiedade prepara nosso corpo para enfrentá-la ou fugir. É um sentimento útil quando ocorre na medida certa.
Já o transtorno de ansiedade se difere na intensidade e frequência que a ansiedade ocorre. Os sintomas ansiosos excessivos estão presentes na maior parte dos dias e por um tempo longo. É como se a pessoa vivesse angustiada, preocupada, nervosa o tempo todo, com dificuldade para relaxar e concentrar-se.
Além desses sintomas prejudicarem a vida social e ocupacional da pessoa.
O tratamento é feito através de medicação e psicoterapia. A terapia cognitiva comportamental tem se mostrado eficiente para o tratamento de tal transtorno.

Pensando nos dias atuais e a frequência com que pessoas chegam aos consultórios buscando ajuda para sua alta ansiedade, podemos ligar tal fato ao bombardeio de notícias ruins. Você liga a TV e imediatamente se depara com alguma má notícia ou catástrofe. E em muitas vezes, essas notícias estão sendo transmitidas ao vivo! As más notícias nos lembram de que todos nós podemos estar em perigo. Mesmo hoje, com tantas possibilidades de se viver mais tempo, com informações de como cuidar da saúde, de termos mais dinheiro e outras conquistas. Podemos na realidade, não estarmos em perigo, mas pensamos que estamos - e é o que pensamos que conta e influencia em como nos sentimos.
Além disso, as pessoas hoje, estão se relacionando menos ou superficialmente. Isso porque tendem a se mudarem mais de cidade, estado e país, mudarem mais de emprego, participarem menos de eventos sociais, tendem a não casar tanto quanto a anos atrás e tendem a morar mais sozinhas.
Todos esses fatores podem contribuir para maior preocupação, incerteza, ansiedade e depressão.
As expectativas também mudaram nos últimos anos. Esperamos ter um estilo de vida mais próspero, mais rico, somos guiados por ideias irreais sobre o que precisamos ("Eu preciso do último IPOD, do mais novo IPHONE") e sobre nossa aparência e relacionamentos.
Até mesmo ao pensar na aposentadoria, nos tornamos ansiosos, com medo. Será que o dinheiro vai dar? Será que preciso de um plano de previdência privada? Como vai ser?

Quero compartilhar com vocês algo que me foi apresentado e sei que pode ser de grande ajuda aos ansiosos. É o A.C.A.L.M.E-S.E.:

Aceite sua ansiedade - o mais importante para lidar com ela é aceitá-la. Aceitar o que não podemos mudar é o primeiro passo para haver alguma mudança. Aceitar não é acomodar, desistir ou não fazer nada. É parar de lutar contra algo diante do qual é impotente. Permaneça no presente, isto porque pessoas ansiosas vivem no futuro e perdem o presente. Elas vivem no "E se isto vier a ocorrer?", "E se não conseguir?", "E se não encontrar alguém que me ame?", etc. Aceite as sensações em seu corpo. Tudo está normal nele. É a ansiedade que produz tais sintomas físicos. Pense nisto. Diga para sua ansiedade: "Se você quer ficar por aqui por um tempo, então pode ficar, mas eu vou seguir minhas atividades agora!". Aceitar a ansiedade faz com que ela desapareça. Lutar contra ela para evitá-la, faz com que ela aumente.

Contemple as coisas em sua volta - Evite ficar olhando para dentro de você se concentrando no que sente. Confie que seu organismo irá cuidar de tudo muito bem. Olhe para fora de sim mesmo. Descreva o que você observa no exterior. Isto ajuda afastar-se de sua observação interna. Lembre a si mesmo: "Não sou essa ansiedade!". Você é um observador da ansiedade. Você está com ansiedade, mas não é a ansiedade.

Aja com sua ansiedade - Diminua o ritmo com que faz as coisas, mas mantenha-se ativo. Não fuja das tarefas que está fazendo ou irá fazer. Se fugir, a ansiedade abaixa, mas o medo aumenta e da próxima vez poderá ser pior. Continue agindo, devagar, mas agindo.

Libere o ar dos seus pulmões - Respire devagar, calmamente, inspirando o ar pelo nariz (contando até 4) e expirando lenamente pela boca (também contando até 4). Pessoas evitam crises de pânico com esse exercício.

Mantenha os passos anteriores - Repita-os. Continue a aceitar sua ansiedade, contemplar o exterior, agir com ela como observador e respirar calmamente.

Examine agora seus pensamentos - Você deve estar antecipando coisas catastróficas. Lembre-se que nas outras vezes que se sentiu assim elas simplesmente não aconteceram. Examine o que você está dizendo para si mesmo e reflita racionalmente para ver se é verdade mesmo o que você pensa de catástrofe. Você tem provas de que o que pensa vai mesmo acontecer? Pode entender o que ocorre de outra maneira? Lembre-se: você está ansioso. Isto é desagradável, mas é diferente de ser perigoso! Você pode estar pensando que está em perigo, mas você tem provas reais disso?

Sorria - Você está usando esses recursos para superar este momento desagradável. E muitas vezes você consegue essa superação sozinho. Não é uma vitória contra um inimigo, porque não há inimigo real! Você está aprendendo a lidar com sensações desagradáveis em si mesmo que existem por alguma razão emocional. Não há um inimigo real! Da próxima vez lembre-se disso!

Espere o melhor - Evite o pensamento fantasioso de que nunca mais terá ansiedade. Ela é necessária para viver sem que precise ficar alta demais. Lembre-se que ela é uma resposta normal diante de algo que o ameaça (real ou imaginariamente). O que pode estar errado é o que você começa a pensar quando percebe a presença da ansiedade. Da próxima vez que a experimentar saberá que ela é um "amigo" que avisa que há algo perturbando e não um inimigo que vai matá-lo ou enlouquecê-lo!

“A verdadeira viagem de descobrimentos
consiste não em procurar novas terras,
mas em ver com novos olhos.”

MARCEL PROUST

Fonte: http://www.psicologiaprevitali.com.br/acalmese.php

O quão ansioso é você?

A ansiedade é algo inerente ao ser humano. É um estado de alerta para lidarmos com situações de estresse ou novas situações. Agora, existem momentos que este mecanismo não funciona adequadamente, criando então um transtorno de ansiedade. Falarei disso a seguir!
http://super.abril.com.br/testes/quao-ansioso-voce-622975.shtml

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pais, Filhos e a Disciplina



Tenho trabalhado com várias crianças e seus pais nos últimos meses. É marcante a busca desses últimos pelo psicólogo. Parecem estar em busca de uma receita pronta, uma fórmula mágica para criarem seus filhos. A ansiedade em fazer o certo e o medo de errar tomam conta desses pais.
Se existem fórmulas infalíveis? Não sei. Mas posso dizer que existem 'ferramentas' que trazem resultados positivos, se consideramos experiências de outros pais e estudos estatísticos e da psicologia comportamental.
Disciplina não deve ser confundida com castigo. De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra disciplina significa "regime de ordem imposta ou mesmo consentida. Ordem que convém ao bom funcionamento de uma organização. Relações de subordinação do aluno ao mestre."
Já a palavra castigo significa "pena que se inflige a um culpado; punição. Repreensão"
Disciplina parece estar mais próxima do respeito. É ensinar a criança o autocontrole, a responsabilidade, o cuidado consigo e com os outros. Disciplinar é colocar limites, mostrando que isso é uma forma de amar, fazendo com que seu filho sinta-se seguro. Crianças sem limites sentem-se ansiosas, pois estão sempre testando situações para definirem os limites, e com o passar do tempo, tornam-se exigentes. Não é que seu filho vai aprender quem é o 'chefe', mas sim aprender a significar o seu mundo, a moldá-lo.
Ouço dos pais o quanto disciplinar é tarefa difícil. E realmente é!
É dito que os combinados entre os pais e os filhos funcionam bem. Dizer para seu filho pegar os brinquedos do chão e guardá-los pode ser tranquilo para alguns. Para outros, tarefa árdua. Se for este o caso, recompense-o com um pouco mais de tempo para ele brincar em outro momento, ou assistir um pouco mais seu desenho ou programa de TV favorito. Esses são exemplos de combinados. O importante é ter regras de comportamento dentro da família.
Claro que exitem situações onde isso não é possível, como quando seu filho sai correndo pela rua e você se zanga. Isso é válido. Ensina à criança que o seu comportamento é algo muito importante e que esse comportamento específico não deve ser repetido.
Agora, se você se zanga do mesmo jeito, quando a criança sai correndo pela rua e quando ela derrama o suco na roupa, seu filho fica confuso quanto as prioridades, ou o percebe como alguém que está sempre zangado. Guarde sua emoção para as coisas importantes e positivas.
Rotina - essa palavra anda junto com a tão falada disciplina. A rotina estruturada da criança faz com que ela entenda melhor a disciplina. Horário para acordar, rotina para depois da escola, uma outra para depois do jantar, horário para dormir - todos esses são de grande ajuda. O mais difícil disso, é manter os pais dentro dessa rotina. Os pais podem observar e então, concluir quais rotinas são mais eficazes para seus filhos, seja as brincadeiras antes de fazer o dever de casa, ou assistir ao desenho depois do banho. Mas, dê ao seu filho a escolha - você quer brincar antes ou depois de fazer o dever? Você quer guardar os brinquedos antes ou depois do banho? Porque assim, você não estará sendo o 'sargento mandão' e sim alguém que quer ensinar sem impor.
Algumas crianças lidam melhor com a mudança do que outras. Não espere que seja tarefa fácil.
A questão não é sobre fazer o que é certo, e sim fazer diferente. É tratar os filhos com apoio, respeito, amor, paciência e atitude positiva. E a mudança não é só dos filhos, os pais também precisam mudar suas atitudes.

Portanto, 'transformandoce'!

Lembrando que esse espaço é para discussões e compartilhamento de experiências e conhecimento! Fiquem á vontade!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Transformandoce

Começo esse blog explicando a escolha do título. 'Transformandoce', transformando-se! Sim, é uma brincadeira com as palavras. Acredito que todos nós estamos em transformação o tempo todo, pois a vida em si não é estática. Alguns estão em constante aperfeiçoamento ou em busca de mudanças. Como a borboleta, que nasce lagarta, encerra-se em seu casulo e transforma-se. Isso tudo no seu tempo certo.
"A alma é uma borboleta... há um instante em que uma voz nos diz que chegou o momento de uma grande metamorfose." (Rubem Alves)
E se consideramos 'transformar + doce = transformandoce', me permito dizer que a vida não precisa ser por toda, amarga. Mas podemos escolher transformar nossa existência em algo doce.
E neste espaço, buscarei abordar assuntos inerentes ao comportamento humano, aos sentimentos e a mente. Está aberto a discussões e colaborações.
Bem vindos!