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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Pais, Filhos e a Disciplina



Tenho trabalhado com várias crianças e seus pais nos últimos meses. É marcante a busca desses últimos pelo psicólogo. Parecem estar em busca de uma receita pronta, uma fórmula mágica para criarem seus filhos. A ansiedade em fazer o certo e o medo de errar tomam conta desses pais.
Se existem fórmulas infalíveis? Não sei. Mas posso dizer que existem 'ferramentas' que trazem resultados positivos, se consideramos experiências de outros pais e estudos estatísticos e da psicologia comportamental.
Disciplina não deve ser confundida com castigo. De acordo com o dicionário Aurélio, a palavra disciplina significa "regime de ordem imposta ou mesmo consentida. Ordem que convém ao bom funcionamento de uma organização. Relações de subordinação do aluno ao mestre."
Já a palavra castigo significa "pena que se inflige a um culpado; punição. Repreensão"
Disciplina parece estar mais próxima do respeito. É ensinar a criança o autocontrole, a responsabilidade, o cuidado consigo e com os outros. Disciplinar é colocar limites, mostrando que isso é uma forma de amar, fazendo com que seu filho sinta-se seguro. Crianças sem limites sentem-se ansiosas, pois estão sempre testando situações para definirem os limites, e com o passar do tempo, tornam-se exigentes. Não é que seu filho vai aprender quem é o 'chefe', mas sim aprender a significar o seu mundo, a moldá-lo.
Ouço dos pais o quanto disciplinar é tarefa difícil. E realmente é!
É dito que os combinados entre os pais e os filhos funcionam bem. Dizer para seu filho pegar os brinquedos do chão e guardá-los pode ser tranquilo para alguns. Para outros, tarefa árdua. Se for este o caso, recompense-o com um pouco mais de tempo para ele brincar em outro momento, ou assistir um pouco mais seu desenho ou programa de TV favorito. Esses são exemplos de combinados. O importante é ter regras de comportamento dentro da família.
Claro que exitem situações onde isso não é possível, como quando seu filho sai correndo pela rua e você se zanga. Isso é válido. Ensina à criança que o seu comportamento é algo muito importante e que esse comportamento específico não deve ser repetido.
Agora, se você se zanga do mesmo jeito, quando a criança sai correndo pela rua e quando ela derrama o suco na roupa, seu filho fica confuso quanto as prioridades, ou o percebe como alguém que está sempre zangado. Guarde sua emoção para as coisas importantes e positivas.
Rotina - essa palavra anda junto com a tão falada disciplina. A rotina estruturada da criança faz com que ela entenda melhor a disciplina. Horário para acordar, rotina para depois da escola, uma outra para depois do jantar, horário para dormir - todos esses são de grande ajuda. O mais difícil disso, é manter os pais dentro dessa rotina. Os pais podem observar e então, concluir quais rotinas são mais eficazes para seus filhos, seja as brincadeiras antes de fazer o dever de casa, ou assistir ao desenho depois do banho. Mas, dê ao seu filho a escolha - você quer brincar antes ou depois de fazer o dever? Você quer guardar os brinquedos antes ou depois do banho? Porque assim, você não estará sendo o 'sargento mandão' e sim alguém que quer ensinar sem impor.
Algumas crianças lidam melhor com a mudança do que outras. Não espere que seja tarefa fácil.
A questão não é sobre fazer o que é certo, e sim fazer diferente. É tratar os filhos com apoio, respeito, amor, paciência e atitude positiva. E a mudança não é só dos filhos, os pais também precisam mudar suas atitudes.

Portanto, 'transformandoce'!

Lembrando que esse espaço é para discussões e compartilhamento de experiências e conhecimento! Fiquem á vontade!

5 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "Crianças sem limites sentem-se ansiosas, pois estão sempre testando situações para definirem os limites". Esta para mim é 'A' grande questão.

    Como professor vejo que as crianças e os adolescentes estão sempre indo "mais longe", testando mais. Claro que, como profissional (o Profº Diógenes), fui instruído a lidar com situações nas quais a paciência simplesmente se vai e fica a pedagogia...

    Agora, como Dio, a grande verdade é que muitas vezes tenho vontade de dar uns bons puxões nas orelhas...DOS PAIS (tios e avós também).

    Fui criado/mimado/amado por uma mãe que me amava profudamente, mas que me olhava uma única vez para que eu me sentasse ou calasse e hoje vejo meus alunos dizerem poucas e boas aos seus pais, e eles? Bem, riem-se orgulhosos de suas crias cheias de atitude...LIMITE!

    Taí Chris, vou indicar este texto lá na escola.

    Um abraço, Dio

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  3. Eu como mãe de uma pré- adolescente,posso dizer que, quando os pais se mostram confiantes e amigos dos filhos,a tarefa de educar se torna menos difícil;claro que depende muito do perfil do filho; mas sei que, a experiência que já tive, quando fazia estágios com crianças do ensino fundamental, e, ministrando aulas de inglês para turmas de crianças, não se pode nunca impor regras às elas, de uma forma autoritária e sem uma "explicação amigável" para tais regras, e é ai que entramos com os tais "combinados", que funcionam muito bem em muitos casos. Bjs, Kelly.

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