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terça-feira, 10 de maio de 2011

Ansiedade

Ansiedade tornou-se uma palavra comum em nosso vocabulário. As chances são grandes de nós mesmos ou alguém que conhecemos ter algum histórico de ansiedade. A ansiedade é algo inerente ao ser humano, ela acontece quando nos deparamos com algum perigo real ou imaginário e vem acompanhada de sensações corporais como: taquicardia, tontura, sudorese fria, formigamentos, sensação de vazio no estômago, medo intenso e outros. Todas as pessoas podem sentir ansiedade, principalmente hoje em dia, com a vida atribulada.
Ansiedade e transtorno de ansiedade são coisas diferentes. Ansiedade é um estado de alerta que desenvolvemos para lidar com situações novas e estressantes. Se for uma situação perigosa, a ansiedade prepara nosso corpo para enfrentá-la ou fugir. É um sentimento útil quando ocorre na medida certa.
Já o transtorno de ansiedade se difere na intensidade e frequência que a ansiedade ocorre. Os sintomas ansiosos excessivos estão presentes na maior parte dos dias e por um tempo longo. É como se a pessoa vivesse angustiada, preocupada, nervosa o tempo todo, com dificuldade para relaxar e concentrar-se.
Além desses sintomas prejudicarem a vida social e ocupacional da pessoa.
O tratamento é feito através de medicação e psicoterapia. A terapia cognitiva comportamental tem se mostrado eficiente para o tratamento de tal transtorno.

Pensando nos dias atuais e a frequência com que pessoas chegam aos consultórios buscando ajuda para sua alta ansiedade, podemos ligar tal fato ao bombardeio de notícias ruins. Você liga a TV e imediatamente se depara com alguma má notícia ou catástrofe. E em muitas vezes, essas notícias estão sendo transmitidas ao vivo! As más notícias nos lembram de que todos nós podemos estar em perigo. Mesmo hoje, com tantas possibilidades de se viver mais tempo, com informações de como cuidar da saúde, de termos mais dinheiro e outras conquistas. Podemos na realidade, não estarmos em perigo, mas pensamos que estamos - e é o que pensamos que conta e influencia em como nos sentimos.
Além disso, as pessoas hoje, estão se relacionando menos ou superficialmente. Isso porque tendem a se mudarem mais de cidade, estado e país, mudarem mais de emprego, participarem menos de eventos sociais, tendem a não casar tanto quanto a anos atrás e tendem a morar mais sozinhas.
Todos esses fatores podem contribuir para maior preocupação, incerteza, ansiedade e depressão.
As expectativas também mudaram nos últimos anos. Esperamos ter um estilo de vida mais próspero, mais rico, somos guiados por ideias irreais sobre o que precisamos ("Eu preciso do último IPOD, do mais novo IPHONE") e sobre nossa aparência e relacionamentos.
Até mesmo ao pensar na aposentadoria, nos tornamos ansiosos, com medo. Será que o dinheiro vai dar? Será que preciso de um plano de previdência privada? Como vai ser?

Quero compartilhar com vocês algo que me foi apresentado e sei que pode ser de grande ajuda aos ansiosos. É o A.C.A.L.M.E-S.E.:

Aceite sua ansiedade - o mais importante para lidar com ela é aceitá-la. Aceitar o que não podemos mudar é o primeiro passo para haver alguma mudança. Aceitar não é acomodar, desistir ou não fazer nada. É parar de lutar contra algo diante do qual é impotente. Permaneça no presente, isto porque pessoas ansiosas vivem no futuro e perdem o presente. Elas vivem no "E se isto vier a ocorrer?", "E se não conseguir?", "E se não encontrar alguém que me ame?", etc. Aceite as sensações em seu corpo. Tudo está normal nele. É a ansiedade que produz tais sintomas físicos. Pense nisto. Diga para sua ansiedade: "Se você quer ficar por aqui por um tempo, então pode ficar, mas eu vou seguir minhas atividades agora!". Aceitar a ansiedade faz com que ela desapareça. Lutar contra ela para evitá-la, faz com que ela aumente.

Contemple as coisas em sua volta - Evite ficar olhando para dentro de você se concentrando no que sente. Confie que seu organismo irá cuidar de tudo muito bem. Olhe para fora de sim mesmo. Descreva o que você observa no exterior. Isto ajuda afastar-se de sua observação interna. Lembre a si mesmo: "Não sou essa ansiedade!". Você é um observador da ansiedade. Você está com ansiedade, mas não é a ansiedade.

Aja com sua ansiedade - Diminua o ritmo com que faz as coisas, mas mantenha-se ativo. Não fuja das tarefas que está fazendo ou irá fazer. Se fugir, a ansiedade abaixa, mas o medo aumenta e da próxima vez poderá ser pior. Continue agindo, devagar, mas agindo.

Libere o ar dos seus pulmões - Respire devagar, calmamente, inspirando o ar pelo nariz (contando até 4) e expirando lenamente pela boca (também contando até 4). Pessoas evitam crises de pânico com esse exercício.

Mantenha os passos anteriores - Repita-os. Continue a aceitar sua ansiedade, contemplar o exterior, agir com ela como observador e respirar calmamente.

Examine agora seus pensamentos - Você deve estar antecipando coisas catastróficas. Lembre-se que nas outras vezes que se sentiu assim elas simplesmente não aconteceram. Examine o que você está dizendo para si mesmo e reflita racionalmente para ver se é verdade mesmo o que você pensa de catástrofe. Você tem provas de que o que pensa vai mesmo acontecer? Pode entender o que ocorre de outra maneira? Lembre-se: você está ansioso. Isto é desagradável, mas é diferente de ser perigoso! Você pode estar pensando que está em perigo, mas você tem provas reais disso?

Sorria - Você está usando esses recursos para superar este momento desagradável. E muitas vezes você consegue essa superação sozinho. Não é uma vitória contra um inimigo, porque não há inimigo real! Você está aprendendo a lidar com sensações desagradáveis em si mesmo que existem por alguma razão emocional. Não há um inimigo real! Da próxima vez lembre-se disso!

Espere o melhor - Evite o pensamento fantasioso de que nunca mais terá ansiedade. Ela é necessária para viver sem que precise ficar alta demais. Lembre-se que ela é uma resposta normal diante de algo que o ameaça (real ou imaginariamente). O que pode estar errado é o que você começa a pensar quando percebe a presença da ansiedade. Da próxima vez que a experimentar saberá que ela é um "amigo" que avisa que há algo perturbando e não um inimigo que vai matá-lo ou enlouquecê-lo!

“A verdadeira viagem de descobrimentos
consiste não em procurar novas terras,
mas em ver com novos olhos.”

MARCEL PROUST

Fonte: http://www.psicologiaprevitali.com.br/acalmese.php

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